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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Curso de Simulação de Incidentes em Voo (SIV) e conclusão do curso de Piloto de Parapente

Após 1 ano e 23 dias do início do meu curso de parapente vim pra Bragança Paulista para fazer o curso de SIV e concluir esta etapa de aprendizagem, me habilitando finalmente como piloto de parapente e encerrando as aulas com o instrutor Jorge.

Vou falar um pouco sobre o curso, repetindo algumas coisas da minha postagem de agosto de 2011.

O curso de Simulação de Incidentes em Voo é ministrado por Kurt W. Stoeterau, instrutor e autor dos livros "Voando com Ciência, Voando com Consciência" e "Manual do Parapente Obediente". Este instrutor é considerado um dos mais experientes do Brasil na modalidade.





















O curso, também chamado de Curso de Pilotagem e Segurança pelo próprio Kurt, "foi feito para resolver problemas de desobediências dos parapentes em situações mais extremas". Para realizar as manobras o piloto é puxado por uma lancha até chegar em certa altitude, utilizando um sistema de acoplamento/desacoplamento desenvolvido pelo próprio instrutor.

Sistema de acoplamento (Imagem cedida pela FlySafe.)

O curso visa o entendimento, a experiência e o desenvolvimento do piloto nas seguintes configurações que o voo num parapente pode assumir: 

1 - Voo com colapso
2 - Voo dinâmico
3 - Voo para trás
4 - Estol
5 - Voo acrobático

Existem diversas configurações do parapente que podem acontecer inesperadamente durante o voo, sendo que algumas podem ser fatais.  O objetivo do curso é reconhecer essas situações e aprender a sair delas com segurança.  Primeiramente temos uma aula teórica, "briefing", para entender que situações são essas e seus riscos. É uma conversa descontraída que vai equalizando as informações entre o instrutor e os alunos...

No dia seguinte, antes de sermos rebocados, temos uma explicação completa de cada manobra, possíveis consequências, procedimentos para interromper a situação e dicas para a boa realização da manobra.  Após essa explanação somos rebocados pela lancha até uns 600 metros de altura para depois iniciarmos os procedimentos de desacoplamento da lancha e início dos exercícios...

Entre as manobras que devem ser realizadas num primeiro SIV (isso mesmo, existem manobras que devem ser realizadas à partir de um segundo SIV) foram sugeridas as seguintes:

Colapso Assimétrico (O Kurt chama carinhosamente de "passeio de meia vela");
Espiral com pêndulo de avanço;
Espiral com contenção do pêndulo de avanço;
Derrapagem;
B Stall;
Espiral sem pêndulo;
Full Stall.

O curso deve ser realizado com os equipamentos do próprio piloto. Dessa forma ele poderá conhecer melhor seu parapente e agir de maneira correta e consciente quando uma pane acontecer ou até reagir de forma ativa para antecipar um potencial colapso.

A realização deste curso é considerada pelo meu instrutor como "prova final" do curso de piloto de parapente.  Após a conclusão do curso recebi o certificado e a carteira de piloto da Associação Brasileira de Parapente (já tinha feito a prova da ABP mas meu instrutor ficou com a carteirinha até a realização do SIV).

Dessa forma, finalizo meu curso de piloto de parapente e estou habilitado a voar em qualquer rampa do mundo...Agora é voar cada vez mais para adquirir mais experiência e chegar cada vez mais longe...rs

Espero que as descrições das aulas, dia a dia, possa ter ajudado a desmistificar o esporte, auxiliado outros alunos e encorajado outras pessoas a praticá-lo...



Uma abraço a todos!


"Aula Teórica"





Verificando possíveis obstruções do reserva


Galera se aprontando para sair


Meu primeiro reboque

Primeira manobra

Desconectando equipamento após o pouso

Lancha de resgate

Esse vídeo dá uma visão geral das manobras realizadas no curso.  Algumas manobras que repeti no curso não coloquei no vídeo... Essas imagens foram fornecidas pela equipe do curso.

domingo, 10 de junho de 2012

43ª aula - Curso Piloto de Parapente

O dia estava clássico para o voo.  Não lembro de ver tanta gente na rampa...

Um dia antes da minha primeira prova do mês decidi tirar o stress.  Fomos eu, o Washington e o Sidney (alunos já liberados para voar sem a presença do instrutor)... Chegamos cedo na rampa e lá já estava cheio de gente.  Não lembro de ver tantas pessoas na rampa, pilotos e visitantes...

Ao contrário dos outros dias, o vento estava forte demais... Dessa vez ficamos esperando a ventaca diminuir...Quando o vento deu uma trégua, os pilotos mais experientes foram decolando na frente pra depois criarmos coragem pra sair...

Não consegui me sustentar nas térmicas e só cheguei a 300 acima da rampa...Quando vi que o destino seria o prego, me dirigi para a soja. Pelo menos o resgate seria rápido...

 Esse mês não conseguirei mais voar e o próximo destino será Bragança Paulista, onde será realizado o curso de Simulação de Incidentes de Voo (SIV), etapa final do meu curso...Depois disso estarei habilitado para voar pelas rampas do Brasil...



sábado, 2 de junho de 2012

42ª aula - Curso Piloto de Parapente

Um dia antes da minha primeira prova do mês decidi tirar o stress.  Fomos eu, o Washington e o Sidney (alunos já liberados para voar sem a presença do instrutor)... Chegamos cedo na rampa e já haviam alguns pilotos esperando a condição arredondar.

Nos equipamos e decidimos aproveitar o vento para fazer um lift.  Fomos os primeiros a decolar...Como o vento estava um pouco forte, ele estava nos jogando para cima do relevo, necessitando de cuidado redobrado...O Washington vacilou e acabou indo pra cima do relevo e na tentativa de voltar pro lift acabou arborizando...Pelo menos estava tudo bem com ele...

Como o único facão que tínhamos estava com o Sidney em voo e a nossa resgate não conseguiu outro facão com nenhum outro piloto que estava na rampa, o Sidney decidiu pousar próximo à rampa.  O pouso foi tranquilo mas a vela acabou caindo sobre uma árvore...Ele gastou quase meia hora pra tirar sua vela de lá pra depois ir ajudar o Washington...Nessa hora nosso instrutor chegou na rampa com os outros alunos...

Consegui enroscar em algumas térmicas mas nada que pudesse sair de perto da rampa.  Quando a condição começou a ficar fraca e comecei a perder altura, decidi tentar meu primeiro pouso na rampa.  Já estava a quase 1:30h em voo...

Aproveitei que o outro piloto tinha acabado de pousar na rampa e fiz a mesma "rota" de aproximação.  Consegui pousar tranquilamente e ainda fiquei brincando com a vela sem deixá-la ir ao chão...

Um dos alunos foi com carro próprio e estava sem o resgate.  Como já tinha voado no dia, decidi fazer o seu resgate e liberá-lo para um voozinho prego...O Washington decidiu decolar novamente junto com os outros alunos...

Resultado: todo mundo no prego e a gente chegando no comecinho da noite em casa...

Lição do dia: Vou comprar um facão nessa semana...

sábado, 26 de maio de 2012

41ª aula - Curso Piloto de Parapente

Eu, o Emílio e o Will (pilotos experientes) decidimos ir pra rampa mesmo com a previsão de muita umidade na região...Chegamos a pegar chuva no trajeto até a rampa...

Ficamos até 14:30hs esperando a condição melhorar.  O Will decolou primeiro e se sustentou na parede do lado direito.  Decolei em seguida mas o vento acabou e já segui pela parede em direção ao prego.  Consegui uma térmica bem tímida mas sustentando...O Emílio decolou por último e não conseguiu nada, sendo obrigado a ir para o prego...

A térmica foi ficando mais fraca, me obrigando a ir em direção ao pouso.  No caminho consegui outra bolhinha, o que me segurou no ar por mais um tempinho...Depois segui para o pouso pra fazer companhia ao Emílio...

O Will pousou logo depois...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

40ª aula - Curso Piloto de Parapente

Fomos para rampa eu e mais 3 alunos (Washington, Milton e Sidney) .  Foi a primeira vez que nosso instrutor nos autorizou a voar sem a sua presença e sem nenhum piloto experiente...

O vento estava muito fraco e caso não conseguíssemos encontrar uma térmica, o destino seria o prego...

Aguardamos mais um pouco mas a condição não melhorou.  Decidimos arriscar...Como não pegamos nada, fomos direto para o pouso...

Em cima do pouso o Sidney pegou uma bolha e conseguiu se sustentar.  Tentamos aproveitar essa condição mas não tivemos a mesma "sorte"...Ficamos no pouso oficial e só o Sidney conseguiu ganhar altura e ir até a cachoeira do Itiquira.  Enquanto ficamos no ar pouco mais de 8 minutos ele voou por quase 1:20hs...

Poucos segundos separaram o prego de um voo...Quem sabe amanhã minha "sorte" muda...rs

sábado, 19 de maio de 2012

39ª aula - Curso Piloto de Parapente

Depois de mais de um mês sem voar, resolvi dar um tempo nos estudos para tentar um voozinho no Paranã...Além de sair um pouco tarde de Brasília, a condição do tempo não era das melhores na rampa.

Éramos 7 alunos tentando fazer um bom voo, a praticamente um mês de fazer o curso de SIV e concluir o curso de parapente.

Organizamos nosso equipamento e aguardamos a melhor hora de decolar...Como a condição não estava muito boa, decidimos decolar mesmo com a grande possibilidade de pregar...

O lift não estava sustentando e comecei a perder altitude...Achei uma térmica bem fraca e consegui chegar a 360 metros acima da rampa.  Mas foi só...

Comecei a perder altura muito rápido e para não ir pro prego já me direcionei para pousar na área da soja, atrás da rampa...

Foi um voo com menos de meia hora mas já valeu demais! Vou ver se consigo voar no fim de semana que vem...

domingo, 15 de abril de 2012

37ª e 38ª aulas - Curso Piloto de Parapente

Nesse fim de semana fomos pra Jaraguá/GO para conhecer a rampa.

A cidade é considerada uma das melhores para o voo livre no país.  Na temporada (começa em junho) consegue-se facilmente atingir 100km de voo...O diferencial é que pra qualquer lugar que você decida voar existem estradas de asfalto e com grandes desprendimentos de térmicas...

No sábado fomos conhecer a estrutura da rampa e fazer o reconhecimento da área.  A previsão era de tempo fechado, sem esperança de longos voos.  Fizemos o prego de estréia e estávamos com a esperança que talvez o clima melhorasse, o que não aconteceu...Aproveitamos então para fazer mais 2 voos prego...

Hoje o tempo não estava muito diferente mas decidimos arriscar...Fizemos um prego na parte da manhã e voltamos pra rampa próximo ao meio dia pra tentar pelo menos um voozinho descente...

Consegui fazer um voo de mais ou menos 40 minutos, não conseguindo ficar mais tempo no ar. Um outro aluno foi um pouco mais longe e o restante pregou.  No mês de julho ocorrerá o campeonato XCerrado na localidade e eu, já como piloto (faço o SIV em junho e concluo o curso), estarei presente.

Devo ficar praticamente um mês sem voar, já que vou prestar 2 importantes concursos em junho e preciso me preparar...



quinta-feira, 12 de abril de 2012

36ª aula - Curso Piloto de Parapente

Hoje fui voar com outros 2 pilotos aqui da região.  Chegamos na rampa cedo e já havia vários pilotos aguardando a condição ideal para decolar...Fomos conferir os equipamentos do carro e descobrimos que o carregador do GPS tinha queimado e que tínhamos pouco tempo de carga...

Decolamos quase ao mesmo tempo e logo pegamos uma térmica...Essa hora percebi o quanto performance faz diferença...Os caras começaram a subir muito rápido e minha vela não conseguia acompanhar...Quando eles chegaram na base das nuvens eu ainda estava a uns 200 metros abaixo...

Eles tiraram pra outra térmica e eu continuei enroscando até chegar na base.  Tirei pra térmica que eles tinham encontrado e quando cheguei nela eles já estavam quase na base...O detalhe é que, como minha vela é mais lenta, demorei chegar na térmica e, quando cheguei, já tinha perdido muita altura.  O bom é que eu já tinha chegado sobre o asfalto, com a esperança de bater meu próprio recorde de distância...

Novamente eles tiraram e eu continuei enroscando...O pessoal encontrou outra térmica e quando ganhei altura suficiente, segui ao encontro deles...O problema é que não tive performance o suficiente pra chegar até a térmicas em que eles estavam e pousei a uns 300 metros antes de alcançá-la...Foi frustrante mas eu tinha consciência que não conseguiria acompanhá-los por muito tempo...

Quando fui passar minhas coordenadas para o resgate ele me disse que o GPS tinha ficado sem bateria.  Dei a descrição do local onde eu estava e em que direção eu me localizava em relação ao asfalto.  Depois de quase meia hora sem que ele me encontrasse, comecei a caminhar em direção ao asfalto, na esperança de conseguir novos pontos de referência para que o resgate me encontrasse...

Descobri que estava num local chamado "Vila Palma" e passei essa informação pro resgate. O problema é que ele estava rodando dentro dessa vila e não me achava...Da estrada onde eu estava, já conseguia ver a BR e tentava ajudar o resgate a me encontrar passando várias referências...Apesar de passar pra ele exatamente onde deveria entrar, usando como referência a estrada que ia pra rampa (meus mapas do GPS possuem todas as estradas de terra da região) ele não conseguia me achar...

Depois de andar mais de 3 km, parei num pequeno bar e perguntei o quanto faltava pra chegar ao asfalto.  O dono me ofereceu uma carona até o asfalto, já que faltava ainda uns 2 km...Passei pro resgate que estaria chegando ao asfalto, poucos metros da entrada que vai pra rampa e quando faltava uns 50 metros pra chegar ao asfalto a caminhonete entrou na estrada...Ficamos quase 2 horas nessa brincadeira...

Enquanto isso o pessoal do bonde já tinha reportado que havia pousado em Planaltina de Goiás (Brasilinha).  Pegamos a BR para resgatar a galera...

Estou ficando especialista em resgates difíceis...rsrs

No final de semana iremos conhecer a rampa de Jaraguá/GO

sexta-feira, 6 de abril de 2012

35ª aula - Curso Piloto de Parapente

Hoje fui pro Paranã com outros 2 pilotos (o Will e o Emílio). A condição estava fraca e só decolamos depois das 2 horas... Nessa hora já éramos mais de 10 pilotos na rampa...

Consegui me sustentar no lift mas sem ganho de altitude. O pessoal mais experiente jogou pra mais próximo do GAP.  Eu e outro piloto (Wellington) começamos a perder altura na frente da rampa e jogamos em direção ao pouso oficial. O Wellington foi perdendo altura até pousar. Eu, ao chegar sobre o antigo pouso oficial, peguei uma térmica bem fraca e depois de ralar muito consegui sair de -135m pra -1m em relação à rampa.

Como não estava conseguindo ganhar mais nada e percebendo que o Emílio e outro piloto estavam um pouco mais pra dentro do GAP ganhando altura tentei arriscar chegar até eles. Como estava sem vento e minha vela não tem muita velocidade cheguei na metade do caminho com -137m. Decidi então não arriscar e garantir o pouso.

Voltei em direção ao pouso oficial e cheguei lá ainda alto. Fiquei fazendo manobras em S até me posicionar para o pouso. Fiz o pouso sem problemas... Consegui uma carona até uma vendinha e de lá consegui outra até Formosa. Como os outros pilotos partiram em direção à Brasília, dispensei o resgate para que ele pudesse seguir os meninos e peguei um busão até Sobradinho. O Emílio pousou próximo à lagoa e o safado do Will pousou em Sobradinho...

Hoje senti muita segurança no voo. Acho que o fato de ter vários pilotos decolando ao mesmo tempo e algumas vezes birutando pra gente na frente da rampa fez com que eu me sentisse muito tranquilo apesar do susto de quinta. O importante foi não me deixar abater pelo que aconteceu ontem...É tirar a lição do fato e bola pra frente.

Quando encontrei com o Will em Sobradinho ele me disse que, com a altura que eu estava sobre o antigo pouso oficial (-1m) eu poderia ter jogado pro passaporte (outro paredão, a mais ou menos 5 km da rampa) pra tentar o lift lá, já que com essa altura e caso não conseguisse nada lá ainda daria pra chegar sem problemas no pouso oficial. Agora vou demorar pra treinar/voar já que tenho viagens confirmadas pros próximos 3 finais de semana...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

34ª aula - Curso Piloto de Parapente

Hoje enfrentei meu primeiro grande desafio no esporte...

Depois de quase 1 mês sem voar fomos eu e meu instrutor para o Vale do Paranã. Até quarta éramos 3 pilotos mais o instrutor, só que não tínhamos o resgate.

Como não conseguimos um resgate e um dos alunos não queria participar de um sorteio pra ver quem ficaria sem voar e seria o resgate, tivemos que abortar o voo de quinta...No meio da manhã de quinta meu instrutor me ligou pra saber se ainda gostaria de voar já que seu pai faria o resgate. É claro que topei na hora...

Chegamos lá e a condição estava bem fraca. Aguardamos até o vento ficar um pouco mais estável e decolamos por volta das 14hs. Não consegui me sustentar no lift e comecei a perder altitude. Na vontade de continuar em voo, fiz a volta e encostei no paredão pra ver se conseguia sustentação. Pra piorar, peguei uma descendente de 3m/s e tive que tomar a atitude de pousar por ali mesmo... O pouso foi tranquilo, só que agora eu estava a quase 6 km da estrada mais próxima tendo uma mata fechada pra atravessar...

Até aí, tudo bem...Dobrei o equipamento e comecei a caminhada. Por sugestão do instrutor, peguei uma trilha à esquerda ainda na parte tranquila do cerrado e depois comecei a descer a serra seguindo à direita...Fui descendo até encontrar uma vala que, apesar de pequena, não teria condições de pular sobre ela devido ao grande declive. Fui deslizando até entrar na vala mas não conseguia mais sair...Gastei um tempão e todas as minhas energias para conseguir sair de lá. Quando consegui subir toda a inclinação eu estava tão esgotado que comecei a perder a consciência. Tentei respirar com calma e me concentrar pra não desmaiar naquele local. Aproveitei pra tomar um pouco de água e comer alguma coisa. Percebi também que tinha torcido o tornozelo na queda. O grande problema aqui era o peso do equipamento, mais de 20 kg, que prejudicava consideravelmente a locomoção.

Passado o primeiro susto, continuei a caminhada, descendo e sempre à direita, até chegar num paredão de aproximadamente 30 metros de queda. Percebi que dali não conseguiria fazer mais nada...Liguei para o resgate dos bombeiros, que iriam acionar o helicóptero. Conversando com meu instrutor pelo rádio, ele pediu para dispensar o resgate por enquanto, pois ele tentaria chegar até o local onde eu estava e, caso não conseguisse, aí sim confirmaríamos a solicitação do resgate pelos bombeiros. Isso já era 15:30hs. Um pouco mais de meia hora depois, conversando com meu instrutor pelo rádio, consegui localizá-lo na mata a aproximadamente 2 km de onde eu estava e sinalizando sobre minha localização ele percebeu que não conseguiria chegar até mim. Ligamos novamente para os bombeiros e o helicóptero foi acionado. Pra piorar, acabaram a água e a comida...

Quando já eram 17:10hs recebemos a informação que o helicóptero foi acionado para resgatar uma vítima de um grave acidente na rodovia e que, até levar a vítima ao hospital e voltar, já seria começo de noite e eles não poderiam fazer o meu resgate. Recebi instruções para encontrar um local fora da mata fechada para passar a noite...

Como já estava a quase 2 horas descansando e o tornozelo já estava doendo menos, busquei as últimas forças para subir o morro novamente e tentar contornar o vale. Fui andando sempre à direita, buscando sempre andar em direção da estrada de terra mais próxima que meu GPS indicava. A cada parte do vale que encontrava, eu subia novamente e tentava contornar sempre à direita... Nisso o sol já estava indo embora e a visibilidade dentro da mata fechada já estava quase zero.

Depois de quase 1 hora de caminhada, encontrei o leito de um antigo rio e, após atravessá-lo, percebi uma antiga estrada, já dominada pelo mato, que certamente era utilizada por veículos para chegar até o rio...Comecei a andar por ela, na certeza que chegaria em alguma estrada de terra ainda utilizável. A luz da lua auxiliava na pouca visibilidade que tinha. Um grande problema que enfrentei foi passar por várias cercas de arame farpado... A dificuldade de jogar o equipamento por cima das cercas era tão grande que por várias vezes pensei em deixar o equipamento na mata... O que me ajudou muito foi a motivação que meu instrutor me passava pelo rádio...

Apesar de não aparecer no GPS, consegui encontrar uma estrada de terra que sairia, de acordo com o GPS, na estrada de terra roteável... Passei a informação para meu instrutor do ponto onde as estradas poderiam se cruzar e depois de andar mais 800 metros consegui enxergar os faróis da caminhonete...

Às 19:20hs fui resgatado muito desidratado e com muita dor nas pernas e tornozelo...

Agradeço ao meu instrutor pela paciência de me aguardar e pela motivação que me ajudou a prosseguir caminhando. Aos bombeiros de Formosa pela preocupação, inclusive em me ligar à noite pra saber se tinha conseguido ser resgatado. Ao Peixe, piloto de Brasília, por ter sido a ponte entre nós e os bombeiros do DF para tentar agilizar o helicóptero. À Deus, por ter me dado forças para sair dessa situação inusitada e que, se possível, não volte a acontecer...

Espero que esta situação me sirva para determinar os limites de planeio da minha vela e a responsabilidade de analisar as áreas de pouso e possíveis consequências de um pouso em local desconhecido. Vale ressaltar a importância de se utilizar os equipamentos essenciais, GPS e Rádio. Se não fosse por eles, talvez seria impossível sair daquele local em apenas um dia. Também a importância de mantê-los sempre com a carga máxima das baterias...Percebi também a necessidade de carregar uma lanterna e uma faca, equipamentos que poderiam ter me ajudado a sair daquela situação com mais rapidez...

Acho que é isso...Já tomei um anti-inflamatório e apliquei um gelol aerosol na panturrilha e no tornozelo, na esperança de estar sem muitas dores amanhã, já que estou confirmado no bonde de voo...rs

PS.: Gostaria de deixar registrado meu agradecimento aos amigos pilotos que estavam na rampa no fim da tarde para tentar um voo noturno sob a luz do luar, que enumeraram todos os animais que poderiam me atacar e os perigos de se passar a noite na mata. Isso foi fundamental para minha decisão de sair dali para conseguir dormir em casa...rsrs

domingo, 11 de março de 2012

33ª aula - Curso Piloto de Parapente

Aproveitei que meu instrutor iria levar alguns alunos até Formosa pra treinar decolagem e pouso e fui pra tentar pelo menos um lift. Como chegamos um pouco depois das 12hs, ainda teria a oportunidade de pegar alguma condição estável e subir nas térmicas, mas não foi o que aconteceu.

O vento estava chegando muito falhado e não consegui me sustentar no lift por muito tempo. Com pouco tempo de voo já estava me direcionando para pouso. Dobrei meu equipamento rapidamente e o resgate nos levou novamente à rampa.

Como a condição não melhorou e não estava com cara que iria mudar, fiz outro voo prego. Aí foi só arrumar as coisas pra vir embora...

domingo, 4 de março de 2012

32ª aula - Curso Piloto de Parapente

Iria aproveitar este domingo para fazer meu primeiro resgate (o instrutor exige pelo menos 5 resgates durante o curso), já que estaria responsável por cuidar de minha filha no dia (esposa fazendo concurso) e não teria possibilidade de voar... Quando já estávamos quase saindo de Brasília, o piloto (ex-aluno do meu instrutor) me avisou que estava levando uma amiga e que ela faria nosso resgate caso eu quisesse voar também...

Rapidamente organizei meus equipamentos e depois saímos em direção à rampa de Formosa/GO. Ao chegar na rampa meu instrutor estava concluindo a aula do dia, com 3 alunos realizando o primeiro voo. Conversei com ele sobre a possibilidade de decolar e ele me liberou pra fazer meu primeiro voo sem a sua presença.

Esperamos por quase 2 horas para que a condição melhorasse um pouco e, como tínhamos o resgate e de quebra uma babá, decidi decolar. No local também havia vários pilotos aguardando para decolar também...

O vento estava fraco e as térmicas instáveis. Resultado: ganhei pouca altitude e depois de alguns minutos fui para o pouso...Ninguém conseguiu ganhar e todo mundo pregou também...
Como o tempo não estava ajudando, decidi não mais voar e ficar apenas no resgate. A galera toda subiu para aguardar uma nova oportunidade de decolagem...Ficamos lá a tarde inteira e só no finzinho do dia eles decolaram novamente mas sem qualquer possibilidade de ganhar altura...Novamente todos pregaram...Fiz o resgate do meu amigo Wellington e depois saímos para comer alguma coisa numa lanchonete na beira da estrada entre Formosa e Brasília.

sábado, 3 de março de 2012

31ª aula - Curso Piloto de Parapente

Chegando na estrada de terra que dá acesso à rampa, conseguimos ver vários pilotos no ar (mais de 10), ganhando altura na mesma térmica. Nos animamos bastante mas a condição ideal já tinha passado e na rampa o vento estava bastante fraco. Eu e o Jorge (instrutor) iríamos voar e um aluno ficou responsável pelo resgate.

Quando o vento deu uma melhorada eu e o Jorge decolamos mas momentos depois o vento simplesmente acabou e mesmo tentando sustentação bem próximo à parede não consegui ganhar altitude...Ao voltar próximo à decolagem passei por uma pequena área de ascendência e, mesmo baixo, resolvi voltar pra tentar ganhar um pouco de altura. Como não consegui ganhar mais nada e percebendo o quanto já estava baixo, decidi ir para o pouso. Quando me distanciei um pouco do paredão, entrei numa massa de ar descendente e perdi muita altura em pouco tempo. Percebi que não chegaria mais no pouso e comecei a avaliar possíveis áreas para um pouso emergencial e a avisar o instrutor que iria arborizar (pousar sobre as árvores). Ao ver uma pequena clareira no meio da mata fechada decidi rapidamente em tentar fazer o pouso neste local. Mudei um pouco a direção apenas para chegar no limite da clareira e ter toda a diagonal para pousar, tentando dessa forma, minimizar o prejuízo...

Consegui chegar nesta pequena área raspando nas árvores e, graças a uma ajudinha do Alto, pousei sem maiores sustos. Um aluno de outro instrutor que também passou pelo mesmo problema da descendente pousou na mesma área que eu. Mas como chegou muito rápido no pouso, ele acabou sentindo dores no pé. Depois disso ainda tivemos que caminhar por uns 2 km dentro da mata pra chegar no pouso oficial, onde aguardamos o resgate chegar.

Um grande susto que nos leva a refletir o quanto a boa avaliação das condições de voo pode fazer com que você evite esse tipo de incidente...



domingo, 26 de fevereiro de 2012

30ª aula - Curso Piloto de Parapente

Eu, Tazz e Janaína fomos para o Paranã neste domingo. O vento estava fraco, com possibilidade baixa de se sustentar no lift. Eu e o Tazz decolamos primeiro e depois de ralar na parede e não conseguir sustentação, nos dirigimos para o pouso. Como ainda tentei a sorte por um pouco mais de tempo, acabei ficando baixo e chegando no pouso bem baixo. Quase raspei nas árvores...

Depois aguardamos a primeira decolagem da Janaína no Paranã. Ela fez alguns exercícios e em seguida foi para o pouso, chegando de maneira suave ao solo...Aí foi só aguardar o resgate...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

29ª aula - Curso Piloto de Parapente

Como não ia rolar voo por causa do vento (Norte/Noroeste) fui treinar na praça do cruzeiro. O vento estava um pouco fraco, deixando todos os alunos um pouco desanimados...

Minha tarefa pra o dia seria andar controlando a vela enquanto contornava os cones e depois treinar um exercício batizado pelo instrutor de "astronauta" enquanto os outros alunos iriam treinar controle de vela.

Esse exercício chamado "astronauta" consiste em inflar a vela, soltar os comandos de freio e correr controlando a vela apenas com seu peso...É bem interessante pois quando forçamos nosso corpo pra baixo a vela gera uma força pra cima, nos tirando do chão, como se ficássemos sem gravidade...Brinquei bastante com isso...

Fora isso, foi só treinar controle de vela e conversar com os outros alunos...

Esse tipo de treino, embora seja importante, começa a ficar chato depois que já experimentamos a sensação de voar...

De acordo com nosso instrutor, o primeiro fim de semana em que as condições meteorológicas estiverem favoráveis iremos para Jaraguá/GO. Depois que fizermos voos satisfatórios nesta rampa, estaremos liberados para voar sem a presença do instrutor, desde que acompanhados por pilotos mais experientes...

Começamos a entrar na fase final do curso...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

28ª aula - Curso Piloto de Parapente

Quando chegamos na rampa já haviam 2 pilotos que estavam bem altos e já tirando (seguindo) em direção à São Gabriel/GO...

O objetivo de hoje seria conseguir enroscar em uma térmica para ganhar altura...Depois de vários minutos me sustentando no lift, consegui enroscar numa térmica que me levou a quase 800 metros acima da decolagem...

Depois fomos na direção de uma grande nuvem que estava se formando e, além de entubar (entrar na nuvem), conseguimos chegar a mais de 1.100 metros acima da rampa. A visibilidade dentro da nuvem é zero, necessitando que a navegação seja feita somente através dos equipamentos eletrônicos que utilizo...

Saímos da nuvem em direção à São Gabriel, onde nosso resgate já nos esperava...

Agora é só aguardar os próximos voos...


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

27ª aula - Curso Piloto de Parapente

Chegamos na rampa um pouco tarde mas o tempo estava muito bom...O vento estava forte e tive que aguardar um tempinho para decolar...Não precisei nem correr. Quando inflei a vela e virei pra correr eu já esta fora do solo...

O voo foi muito legal... Aproveitei para fazer mais dois exercícios específicos: as orelhinhas e o uso do acelerador...

Fazer orelhinhas consiste em fechar as duas pontas da vela, reduzindo a área projetada e fazendo com que o parapente afunde mais rápido. É considerada uma manobra de descida...

O acelerador é um dispositivo montado nos tirantes que, ao ser acionado, diminui o ângulo de ataque, aumentando a sua velocidade de descida...

Apesar do receio de fazer a orelhinha, já que eu fecho parte da vela, a manobra foi realizada sem problemas...

Como nem tudo são flores, meu rádio acabou a bateria...No dia anterior eu conferi a bateria e ele mostrava que estava cheia...Com quase uma hora de voo a bateria acabou e não consegui mais comunicação com o instrutor... sem saber se ele ia decolar ou não, se era pra ficar voando ou não, se era pra fazer mais algum exercício ou não, decidi ir para o pouso atrás da rampa...

Pra completar o dia, aprendi mais uma coisa: não pousar com vento de calda...Isso consiste em pousar a favor do vento, somando a sua velocidade com a do vento ao tocar no solo. Como cheguei muito baixo no pouso não consegui virar para ficar contra o vento e decidi pousar do jeito que estava...Cheguei no solo muito rápido, tomei um capote violento mas sem nenhum efeito colateral...

Mais uma lição aprendida...

Amanhã voltaremos à rampa pra tentar achar uma térmica...

Orelhinhas

Curva com orelhinhas

Voltando ao normal

domingo, 22 de janeiro de 2012

26ª aula - Curso Piloto de Parapente

Saímos um pouco tarde de Brasília mas com a esperança de pegar uma boa condição na rampa. Como fez muito calor durante toda manhã e ainda sem muitas nuvens à tarde, o voo prometia...

Quando chegamos lá outros pilotos já estavam no ar.  Começamos a organizar os equipamentos e os eletrônicos, aguardando o momento correto de decolar...

Decolei e, depois de ralar um pouco no paredão, comecei a perceber pequenas térmicas...Isso foi suficiente para que eu me sustentasse acima da rampa...Consegui achar uma térmica mais forte que me levou a 420 metros acima da rampa, tirando a possibilidade de pregar...Até que enfim eu conseguiria pousar atrás da rampa...

Depois de começar a perder altitude me desloquei para o ponto indicado pelo instrutor para ter um pouso seguro. Pousei numa plantação de soja, juntamente com outro piloto (Wellington). Depois aguardei o Milton pousar também próximo de nós...Meu instrutor conseguiu pousar em São Gabriel...

Ainda falta muito para conseguir levar toda a teoria de meteorologia e aerologia para a prática, mas só o fato de não ter pregado já valeu por todo o fim de semana...

A previsão dessa semana é de muito sol. Espero que no fim de semana consigamos voar de novo...

sábado, 21 de janeiro de 2012

25ª aula - Curso Piloto de Parapente

Como tenho um compromisso inadiável à tarde e não poderei ir voar, aproveitei para treinar um pouco no morrote. Cheguei cedo e o vento estava muito bom.

Pude treinar bastante o controle de vela em solo e técnica de corrida para decolagem...Esses exercícios são bons para automatizar os movimentos para utilizá-los nas decolagens das rampas...

Depois subi o morrote para treinar um pouco de pouso e decolagem...Ainda bem que estou assimilando rápido o comportamento da vela e consegui um bom resultado no treino.

A previsão do tempo para amanhã está muito boa e à tarde iremos para o Paranã novamente...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

24ª aula - Curso Piloto de Parapente

O vento hoje não ajudou e mesmo ralando na parede não conseguimos sustentação. Resultado, prego e espera de quase 2 horas para o resgate...

O bom é que a previsão meteorológica do fim de semana está excelente. Espero que eu consiga enroscar em minha primeira térmica...